terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Desanimador

Houve um tempo em que os mocinhos eram realmente bons e justos e gentis. Em que os personagens tinham sucesso nas narraivas, ou pequenas vitórias no decorrer do enredo. Nesse tempo o açucar quase escorria da tela, com amor e uma boa lição no tal do happy end. Eu sinto falta desse tempo. Estamos em um época complexa (=chata), temos questões e nossa felicidade depende de uma linha abstrata de racíocinio, hoje nao adianta muito pagar as contas, hoje temos que estar apaixonados pelo nosso oficio, ou pelo menos tentar nos apaixonar, e é nessa tentativa que vivemos. Encontrar o amor de nossas vidas é penoso, a gente se dá mal muitas vezes também. Somos humilhados. Eu concordo com isso, mas por que eu sinto que os filmes de hoje só falam sobre isso? Ou melhor, por que assistimos sucessivamente a um desfile de protagonistas fracassados, ou incapazes de amar? É bonitinho e suscita empatia quando é meio Bridget Jones, é o que queremos a um tempo, personagens reais, com falhas, personagens humanos, mas é o segundo filme que eu assisto em pouco tempo, daquele tipo feel good (ou pelo menos vendido como tal nos trailers), mas que na realidade são o oposto. Esses filmes têm me deixado em situações diversas de constrangimento e pena. E o pior de tudo, eu nao me inspirei com eles, eu nao vi saída, senão o consequente desânimo. Se isso faz sucesso, temo dizer que a sociedade tornou-se sádica. Eu prefiro evitar a dor constante e isenta de beleza a que esses mocinhos e principalmente mocinhas tem se colocado.

O filme que eu esperava ansiosa para ver no Cinema é "Missão madrinha de casamento" (Bridesmaids - 2011), com roteiro da protagonista e comediante do programa "Saturday Night Live", Kristen Wiig, e Annie Mumolo e direção de Paul Feig. Não sei dizer se o pecado estava no roteiro ou na direção, mas acho que nesse caso um não isenta o outro, uma pena.

Ver uma boa comédia da temática casamento: "O casamento do meu melhor amigo" (My best friend´s wedding -1997), com direção de P.J. Hogan e roteiro de Ronald Bass. Julia Roberts e Cameron Diaz mais lindas do que nunca no embate por um Dermot Mulroney que perde o brilho perto do amigo gay Rupert Everett que rouba a cena.

domingo, 11 de dezembro de 2011

O mal julgamento

Pasteurização. Nome dado ao processo criado pelo cientista Pasteur para livrar alimentos de microorganismos patogênicos, ultimamente usado em nossas bebidas, principalmente na familiar cerveja de todo dia, extendendo assim a vida útil do líquido que pode ser comercializado sem risco de estragar e chegar geladinho sob nossas mesas religiosamente toda semana depois de um dia de trabalho. Hoje eu assisti a um filme pasteurizado. As comédias românticas são sinônimo de algo leve, até superficial a ser visto por meninas carentes comendo brigadeiro na colher durante uma sexta-feira solitária. Isso não está de tudo errado, já que esta menina que vos fala assistiu à tentantiva de um desses filmes só que em um domingo carente com pizza. A grande questão é, essas comédias românticas tratam de um assunto central, o amor, e como diria meu professor de criação, se tratar do tema amor é superficial então por favor, vamos nos matar, por que o que mais importa na vida?
Eu ando frustrada por não conseguir acompanhar a torrente de filmes com potencial sendo lançados, e também por não conseguir ir ao cinema, mas hoje achei um tempo para um desses filmes, e eu dificilmente erro meu julgamento, com algumas exceções...O potencial do filme "Como você sabe" (How do you know - 2011), para mim está no diretor e roteirista James L. Brooks, um cara que eu pessoalmente idolatro. Brooks é um dos criadores, produtores e roteiristas da série Simpsons, ele também escreveu e dirigiu um dos melhores filmes que eu já vi "Melhor é impossível". Temos o tema comédia romântica, levando em consideração algo em voga, pessoas em crise existencial, (eu vi o trailer), temos também Reese Whitherspoon (Legalmente Loira), Owen Wilson (Meia noite em Paris), Paul Rudd (o simpático namorado da Phoebe), e finalmente para trucar 12 de cara, Jack Nicholson. Não tem erro, certo?Errado.
Há vários fatores que fazem o filme andar, eu diria que os principais são roteiro e direção, e durante as quase duas horas eu fiquei tentando entender o que não funcionava, e o pior, como não funcionava. Demorei um tempo para finalmente assumir derrotada que Brooks havia fracassado ambos no roteiro e na direção dos atores que tinha em mãos.
Uma ideia ainda mais avassaladora me acompanha ainda nesse momento pós filme, um filme sem abraço forte, sem beijão, sem chacoalhão, e enfim, o que acontece com todo o maravilhoso drama da vida?Por que vivemos nessa analise psicologica constante, por que tentamos ser compreensivos, dar uma chance, e achar que estamos sempre perdendo alguma oportunidade com alguém?Por que buscamos o pasteurizado, o comercializado em grande quantidade ao invés do único, do essencial, da paixão? Por que tudo serve? Esse filme é o grito desse tempo amorfo e sem química que eu vejo nas nossas relações amorosas diarimamente.
Somos todos limpinhos, e muito muito educados, acontece que esse é um filme muito chato de se ver, e de viver.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

E lá se vai Harry...

Foram 07 livros, 08 filmes, um parque temático especialmente criado a partir dessa história fantasiosa criada por uma inglesa que cresceu com a cabeça nas nuvens, e tornou-se a mulher mais rica da Inglaterra, mais do que a rainha HERSELF.
Achei o meu primeiro livro do Harry Potter em casa, assim largado na sala há muitos anos. Lembro que peguei aquilo como se fosse uma revista de curiosidades, só para dar uma olhada, já havia visto os dois primeiros filmes e achava coisa de criança, e como toda adolescente, queria fugir do estigma infantil. O livro que eu segurava era o terceiro da série: Harry Potter e o Prisioneiro de Askaban. Sem pedir licença, fui sendo apresentada a personagens sombrios como o padrinho de Harry, o prisioneiro Sirius Black, fora lobisomens, sem contar os terríveis dementadores que tinham a capacidade de arrancar toda a felicidade das pessoas, o que seria pior do que a própria morte. Esse com certeza é o melhor livro da série, e me nocauteou de uma maneira eu diria irrevogável no que se trata ao fascínio por esse bruxinho. A brincadeira não era de criança, e ficava cada vez mais dark. Eu lia os livros para na sequência quase concomitante assistir ao filme. Foram por volta de 6 ou 7 anos entre um livro, uma estréia e outra. Não sei se pela proximidade com que lia os livros e assistia aos filmes, considero as adaptações de Harry Potter as melhores da indústria. Na faculdade cheguei a persuadir minhas colegas de grupo a fazer um trabalho todo sobre ele e as metáforas com o mundo em que vivemos. Minha paixão deve ter ajudado no veredicto final. No decorrer de toda essa vivencia com o bruxo fui perdendo personagens queridos, e dessa forma me aproximei ainda mais da história, que afinal de contas é uma guerra contra “você sabe quem”. Hoje sinto-me órfã, depois de assistir à segunda parte do último livro/filme “Harry Potter e as relíquias da morte”, a saga acabou mesmo. E eu assistia ao filme com o coração apertado, chorando mesmo, nas lembranças de tudo que foi contado, e das pessoas que passaram por Hogwarts, a escola de magia e bruxaria, e pela Ordem da Fênix, formada pelos mais qualificados bruxos do bem na época da retomada de Voldemort e os Comensais da Morte. Cheguei a conclusão de que eu não consigo falar dos filmes, simplesmente por que eu estou muito envolvida, conversei com amigos que acharam a primeira parte do Reliquias da Morte muito arrastada, e que consideram os romances dentro da saga mal construídos, eu concordaria com isso, acho que os amores de Harry são meio que decoração segundo plano, deixando a principal história amorosa para Rony e Hermione, e bem no finalzinho ao mais emocionante para SPOILER o vilão finito: Severo Snape.

"Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 2" - 2011 - Direção: David Yates e roteiro de Steve Kloves, baseado no livro de J.K. Rowling.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Estudo sobre a Máfia

Em algum momento da vida apaixonei-me pelos maus elementos, e consequentemente pelos mafiosos. Não sei se exatamente nessa ordem, ou por algum resquício de sangue italiano (minha máfia preferida, e talvez a de todo o mundo), eu sou fascinada por esses caras ruins, mas que como princípio colocam a “famiglia” em primeiro lugar. Foram muitos os mafiosos retratados no cinema, teve o Scarface original de Howard Hawks de 1932, e o famoso remake sanguinolento de 1983, com Al Pacino no papel principal, e Michelle Pfeifer como a mulher de “malandro” típica, loira, linda, perdida no pó – vide também Sharon Stone em “Cassino” (1995), mulher do Robert de Niro - temos os “Bons Companheiros” (The Goodfellas – 1990), e também a maior trilogia de todos os tempos: The Godfather (O Poderoso Chefão – 1972 – 1974 e 1990). Os diretores responsáveis por esses sucessos recorrem no tema Máfia, que vamos combinar, é viciante. São eles os “padrinhos” do crime no cinema, respectivamente Brian De Palma, que depois do Scarface dirigiu os Intocáveis (1987), com a famosa sequência do carrinho de bebê na escada em homenagem a Sergei Eisenstein (O encouraçado Potemkin – 1925), um filme que particularmente não me encanta, e mais tarde ele arranha com um noir forçado em Dália Negra (2007), deu pra perceber que eu não sou lá muito fã do Brian. Citei Cassino, e juntamente com esse filme em Las Vegas, segue-se uma torrente maravilhosa de enredos nas ruas de New York em companhia de Robert de Niro, Joe Pesci, Hervey Keitel, Ray Liotta, Daniel Day Lewis e ultimamente até Jack Nicholson e Leonardo de Caprio, todos sob a batuta do rei do gênero Máfia em quantidade de realizações: Martin Scorsese. Pra quem não conhece, eu sugiro primeiro Casino e Bons Companheiros, gosto muito de Gangues de Nova Iorque, terminando com Os Infiltrados (2006) – tem Martin Sheen, tem Matt Damon, Alec Baldwin e Mark Wahlberg arrasando! Finalmente, para mim o grande mestre, antes de criminoso, novelesco que só ele e nos prende no sofá da sala durante um dia inteiro só para sentir um afeto imenso pelo líder que foi Vito Corleone no final e o desprezo suscitado pelo filho fraco mais velho do clã, Freddo (Marlon Brando e John Cazale - O Poderoso Chefão I), depois torcer pela sua ascensão no começo de tudo (Robert de Niro – O Poderoso Chefão II – única sequência que ganhou o Oscar de Melhor Filme), e depois acho que só pra matar a saudade, ver uma Sofia Coppola provando que como atriz é ótima diretora no futuro, assistir ao insosso (em comparação aos outros), O Poderoso Chefão III.

Ver também a nova geração da Máfia com Quentin Tarantino que foge da lógica construída até então, colocando muito rock, hamburger e papo furado na macarronada dos maus elementos, ver Cães de Aluguel (1992), ou também curtir uns mafiosos que não botam muito medo e ainda com um sotaque inglês de Guy Ritchie (era Madonna que era casada com ele e não o contrário), em Snatch – “Porcos e Diamantes” (2000), Brad Pitt impagável.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

The cat

De cara somos apresentados a um Paul Newman vestindo um terno refinado, em seus trinta e poucos anos, ébrio, tentando correr e pular barreiras em um estádio. É noite e ouvimos lá longe um burburinho de jogo, excluído desse cenário Brick, (Newman), pula com sucesso uma, duas, três barreiras, para obviamente cair na quarta. Na cena seguinte é Liz Taylor que aparece sob o sol, vestindo um conjunto lady like que só faz exaltar seus atributos, e a personalidade forte da “gata” Maggie já se mostra no embate com crianças.
Na sequência os dois se encontram em um ideal de beleza gritante, mais em um monólogo de Maggie que tenta sem êxito arrancar um pouco de atenção de seu marido que responde com uma cortesia de afronta, eles praticamente zombam do Belo e é ai, nessa aparente perfeição, que mora a ironia de Cat on a hot tin roof (“Gata em teto de zinco quente”- 1958), direção de Richard Brooks, roteiro de Richard Brooks e James Poe, baseado em peça de Tennessee Williams. O filme é como que uma versão censurada da peça, deixando de lado o carater homossexual do protagonista (só quem não gosta da fruta pode ignorar Liz Taylor em um beaudoir), que é colocado como um problemático pobre menino rico, Tennessee na época repugnou a plástica que fizeram na cria. Vale a pena pelo colírio, vale a pena pelas atuações e pelo asco que é sempre bom ser renovado pela falsidade.




Ver também A streetcar named Desire (Uma rua chamada Pecado - 1951), dirigido por Elia Kazan, com roteiro de Oscar Saul, também baseado em peça de Tennessee Williams. Com Vivien Leigh (a eterna Scarlet O'Hara), Marlon Brando mais lindo e repugnante que nunca também na cena icônica em que ele grita inconsolável e com a roupa toda rasgada na janela "Hey Stella!!".

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O que os olhos não precisam ver

Li uma vez que alguma das opções finais do roteiro do filme O touro indomável ("Ranging Bull" - 1980), de Martin Scorcese, em uma das cenas do final onde o protagonista, inspirado no lutador de boxe real Jake La Motta é preso, haveria uma masturbação como um ritual de lavagem por tudo que ele havia passado. Na hora pensei como seria grotesco e destoante de todo o filme uma cena desse tipo, e felizmente no corte final isso ficou de fora, deixando uma cena dramática memorável dentre as muitas que rendeu um Oscar de melhor ator para Bob de Niro.
É delicado falar sobre limites, o que pode ser considerado puritanismo que não cabe dentro de uma arte tão abrangente, mas são imagens, e imagens já dizia o sábio, valem mais do que palavras. Acho por diversas vezes excessivo e desnecessário o uso de cenas insalubres e grosseiras. Ontem, em uma quarta-feira despretensiosa e com saudades de um cinema justo, juntei-me a duas amigas para assistir "Mamute" (2010), de Gustave de Kervern, Benoît Delépine, estrelado por Gérard Depardieu, um querido ator francês que habitou nossos dias como Balzac, Asterix, e outros personagens queridos e marcantes. Pensei em como ele estava ativo nesse último ano, com duas estréias grandes: "Potiche - Esposa troféu", ao lado da diva Catherine Deneuve (já assisti e dou nota 7, uma comédia honesta), e "Minhas tardes com Margueritte" (esse muito elogiado), e o "presente" de ontem.
Os franceses têm aquela coisa do choque, como que um estudo da natureza humana sem muito photoshop, eu pessoalmente gosto e continuo persistindo nos filmes franceses, mas posso dizer que em toda a minha experiência com eles, invariavelmente cai em armadilhas como a de ontem, ou com diálogos infinitos e non sense, ou com cenas fortíssimas que ficaram marcadas no meu imaginário pra sempre, dificilmanente, com exceção de "Amelie Poulin", eu me deparei com um filme que fez o meu tipo, eu que gosto de uma luz favorável, de sensibilidade, do olhar, do não-ato. Por algum motivo eu continuo insistindo neles até então, agora (SPOILER), depois de ver dois senhores deitados com as respectivas barrigas em primeiro plano se masturbando, eu já não sei mais.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Allen x Bergman



E lá estava eu. Jogada no sofá tentando me preparar para a minha expedição especial no box ganhado de aniversário com os primeiros filmes escritos, dirigidos, e muitos dos quais estrelados por Woody Allen. De acordo com a minha recordação, à metade daqueles vinte e poucos dvds eu já havia visto. "Melinda & Melinda", o mais recente deles, data já de 2005, e impressionante pensar que muitos não tiveram a chance de entrar para a coleção, como o famoso pelas beldades "Vicky, Cristina, Barcelona", o último "Meia Noite em Paris", e o ainda na minha opinião, surpreendentemente maravilhoso, muito pela questão que me faz refletir, Match Point (isso é assunto pra outro post).
De todos os disponíveis para a minha primeira sessão, logo na capa eu vi a ex-esposa e uma de suas maiores musas, Mia Farrow. Ela estava de perfil, usava óculos e transparecia uma tristeza imensa. Eu logo pensei, essa é a minha escolha, por que se tem lugar onde se pode encontrar Woddy Allen ainda mais genial, é nos dramas.
"Setembro" (1987), na verdade, era mais uma das homenagens ao seu grande ídolo, o sueco Ingmar Bergman em sua "Sonata de Outono" (1978).
Ambas as histórias giram em torno de um grande rancor que filha subjagada sente pela mãe excêntrica e egoísta (em Bergman temos a "idosa" Ingrid Bergman, musa eterna de Casablanca). Duas mulheres com más recordações, nunca demonizadas ou santificadas,que tentam resolver sua tristeza da forma como conseguem a seu modo. Mais engraçado foi para mim, assistir à "versão" feita por um dos meus diretores preferidos, a partir da história de um autor tão profundo, que as vezes fica quase pesado demais, como Bergman.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Se eu fosse escolher um diretor pra minha vida...



Se eu pudesse escolher alguém para dirigir a minha vida, esse alguém seria um senhor de 76 anos, um certo judeu nova iorquino franzino, baixinho e hipocondríaco. Desde os anos 60 esse cara vem nos presenteando sem trégua com deliciosas pérolas cinematográficas, dizer que ele é imprevisível não é verdade, inovador sim, não tão frequentemente (vide Match Point - 2005). Woddy Allen é um mantra que deve ser tocado/cantado repetidas vezes para que finalmente entendamos quão pequenos somos. Serve para percebermos que todas as nossas paranóias, medos, angústias existem e nos atormentam, mas provavelmente nunca sairão de nós. Serve como aula de desprentensão, já que ATÉ ELE é um despretensioso de carteirinha. Serve enfim como um pedido de Carpe Diem ao som do jazz em um dia de sol, ou na voz de Cole Porter para dizer "Let's do it, let's fall in love". Com ele sempre tem um próximo romance ainda mais interessante depois da desilusão amorosa esperando na esquina. Com ele tem também a exposição ao ridiculo justa daquele personagem pseudointectualóide. Com ele sempre tem paixão, ali mesmo na rua, paixão verborrágica, cheia de ironia por que cheia de verdade, cheia da nossa verdade aqui fora. Essa é a direção que eu quero para minha vida.

Assista ao recém lançado no Brasil: "Meia Noite em Paris" (Midnight in Paris - 2010), com Owen Wilson, Rachel McAdams, Marion Cotillard, e "coadjuvantes" ilustres Adrien Brody, e Kathy Bates.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Bright Star

Ando longe dos filmes...há tempos não vejo algo que realmente me emocione e mexa com a minha vida, tirando as vezes em que torno a ver filmes avassaladores que se reconstroem com o tempo em meu imaginário. Ontem tampouco assisti a um filme que mexesse realmente com as minhas estruturas, mas pensei em ambicionar menos do Cinema, evitando o excesso do abalo que pode ser desnecessário frente às delicadas imagens de flores sutilmente postas como cenário de um romance. O que me fez voltar a escrever sobre algum filme foi Jane Campion, essa diretora neozelandeza de extrema sensibilidade. O filme em questão é "Brigh Star" (2009), que foi toscamente traduzido como "Brilho de uma paixão", digo tosco, (um pleonasmo praticamente para todas as versões brasileiras de filmes gringos), por que trata-se da história de amor vivida por uma aspirante a modelista no começo do séc X1X com quem é considerado hoje o maior poeta romântico de todos os tempos, John Keats. "Brigh Star" é o nome do poema que John escreveu para a sua musa, com a qual nunca conseguiu casar, por não ter renda e se entender até a sua morte como um fracassado. O filme mostra o campo inglês irretocável com seus figurinos de época e a primavera com suas borboletas e lilázes...mexeu comigo.

Mas para conhecer mesmo essa diretora, é preciso assistir à "O Piano" (1993), um dos filmes mais sensuais que eu já assisti, que se passa na própria terra natal da diretora em época de colonização inglesa, com a na época pequena Ana Paquin, vencedora do Oscar de melhor atriz, Hervey Keitel (amigo do Tarantino), Holly Hunter e Sam Neil.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Retrospectiva Cameron Crowe

Esse é um cara pouco cultuado, não chega nem perto do prestígio de um Tarantino, ou da excentricidade de um Lars Von Trier...Pelo contrário, Cameron Crowe, um puta cara precoce e talentoso, faz filmes divertidos e com conteúdo. Você pode já ter assistido a um filme dele, e nem ter dado muita atenção cinematográfica, pensando tratar-se de mais uma sessão da tarde. Ele coloca tudo que procuramos para entreter, risadas, amor, ação, e música, muita música da melhor qualidade. Mais que todo esse conjunto para o lazer, Cameron retrata essa época. Os personagens são deliciosos de maneira particular, e tudo com esse tom cool característico de um cara que praticamente nasceu no rock. Cameron Crowe começou aos 16 anos como reporter da Rolling Stone, escreveu sobre os maiores astros da música pop, e contou tudo isso sob a perspectiva de um garoto super protegido pela mãe em Almost Famous – o Quase Famosos de 2000, que nos deleita com a sua autobiografia, frases e cenas inesquecíveis, e muita música de qualidade. Nessa fase ele já era muito respeitado como diretor e roteirista por causa de Jerry Maguire de 1996, onde assistimos pela primeira vez com ele, a uma versão contrária da saga do herói, com um Tom Cruise que começa no auge com a mulher perfeita e bem sucedido, e por causa de uma escolha diferenciada, de um texto mais particularmente, vai se ferrando na grande caminhada para a verdadeira e simples felicidade ao lado (da incipiente atriz na época), Renée Zellweger, e de um novo grande amigo Cuba Gooding Jr (mais um dos personagens delicia).
Um ano depois de Quase Famosos, ele lança o remake do filme espanhol Abra los Ojos (1997), Vanila Sky, mais uma vez com Tom Cruise no papel de outro herói decadente, e uma viagem surreal dentro da própria vida, co-estrelado por Penélope Cruz e Cameron Diaz. Muitos preferem a versão original, eu fico com a americana de Crowe e seu tempero/ritmo pop.
Pra terminar, em 2006 vem Elizabethtown (Um lugar chamado Elizabethtown), que é o filme que menos agrada, mas pra mim um filmão. Com Orlando Bloom, do jeito que Crowe gosta, o protagonista que se ferra logo no começo por criar um fiasco, e na tentativa de suicidio recebe a noticia da morte do pai, o que o faz voltar contra a vontade para a sua cidade natal homônima. No caminho ele conhece uma adorável Claire de Kirsten Dunst, mais uma clássica e apaixonante mocinha de Cameron Crowe, assim como a Penny Lane de Kate Hudson em Quase Famosos, elas são loiras e muito charmosas, mas também independentes, musicais e com muita personalidade. Não preciso dizer o final, mas com esse diretor, temos tudo menos uma comédia romântica água com açucar.


terça-feira, 1 de março de 2011

And the Oscar goes to...



O Discurso do Rei (2010 - The King's Speech), tem direção de Tom Hooper e roteiro original de David Seidler, e é baseado na história real do Rei George VI, o pai da rainha da Inglaterra Elizabeth. Esqueça as faraônicas histórias da realeza, os casos extraconjugais bizarros e as guerras, esse filme trata de um constrangimento pessoal que se torna público, a gagueira de um principe e futuro Rei. Sentimos fundo a humilhação por não conseguir falar, o desconforto alheio por esperar que o outro fale, e o principal, sentimos empatia pelo herói, esse esnobe britânico que viria a ser rei e 'turns out to be just like us". Sob um enfoque específico dentro de um período pré 2a Guerra Mundial, conhecemos o dia a dia do duque de York (Colin Firth), sua devotada companheira (Helena Boham Carter) e suas duas filhas. Se a história foi romanceada e idealizada, diriam os críticos, bom pra nós espectadores, por que assistimos a um adorável lar nobre em contraponto com outro adorável lar plebeu, representado pelo patriarca Lionel Logue (Geoffrey Rush). Essa produção independente com orçamento de 15 milhões de dolares, baixo para os padrões hollywoodianos, segue uma dinâmica que funcionaria em um palco de teatro, onde três ou no máximo cinco atores interagem, mesma coisa que acontece em Closer (2004). É preciso ter um roteiro coeso e interassante para segurar um longa metragem nesses padrões, e esse filme consegue essaa proeza no bate bola dos protagonistas "Burtie" carinhosamente chamado pelo talentoso e sem formação formal Lionel Logue, que o ajuda a desfazer-se de suas amarras psicológicas para bem falar/discursar, muito mais em um jogo psicanalitico da cura através da fala, que em uma sessão de fonoaudiologia.
Há muitos anos no ramo, conquistando prestígio no papel do adorável inglês apaixonado das comédias românticas (ainda como marido da querida Bridget Jones), Colin Firth tem conseguido nos últimos tempos, mais espaço exercendo seus talentos dramáticos até o Oscar consagrado como melhor ator esse ano. Vale um comentário especial para o personagem e consequentemente para a atuação de Geoffrey Rush como o depois amigo Logue, e que ficou famoso no papel do excêntrico David em Shine de 1996, filme que eu particularmente não gosto muito...


Assistir também Direito de Amar (A Single Man - 2009), dirigido pelo estilista/fotográfo/popstar e diretor estreante Tom Ford, com roteiro do próprio em parceira com David Scearce, baseado em livro de Christopher Isherwood. Tem também a diva Juliane Moore. Sobre o luto de um professor com vida profissional mediocre com saudade da vida amorosa e gay extraordinária. No começo não me conquistou, mas foi mostrando coisas novas no decorrer da projeção. Não é preciso nem comentar o figurino deslumbrante.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Cinema Espetáculo

Um filme é um empreendimento. Mais ou menos 90 minutos caros e muito trabalhosos, produzidos com esmero por uma equipe grande. Além da produção em si, tem-se a pré e a pós produção, que incluem escolha de locações, de figurino, de elenco, depois na produção a direção de arte, direção de atores, fotografia, e na pós montagem, tratamento de imagem, efeitos especiais, tudo isso e mais um pouco não necessariamente nessa ordem. Além disso, existe a promoção desse filme. Cisne Negro (Black Swan -2010), dirigido por Darren Aronofsky, o mesmo de O Lutador (The Wrestler - 2008) - o filme que trouxe de volta o ex-galã de 9 1/2 semanas de amor de 1986 (mais ex do que nunca), em um filme inusitado sobre lutas, família, e amor - é um filme espetáculo. Espetáculo não pelo cenário teatral, do ballet, do glamour e da beleza de Natalie Portman, mas por ser um cinemão com tudo dentro. Um belo produto em matéria de qualidade e publicidade. Quem não ficou louco pra ver o filme por causa dos teasers e cartazes?
Muito já se falou e especulou sobre esse filme, e eu faço coro dizendo que é sim um filmaço, e até então meu preferido ao Oscar para todas as 05 categorias a que foi indicado (filme, atriz, fotografia, diretor e edição. Meu comentário em especial: o filme é um drama dos mais antigos, da dificuldade e confusão que nós meninas passamos para nos tornarmos mulheres. Fora todo o elemento suspense psicológico (algumas têm mais dificuldade afinal), essa é uma história universal.

Direção: Darren Aronofsky
Elenco: Natalie Portman (Nina), Vincent Kessel (Thomas), Barbara Hershey (a mãe), Mila Kunis (Lily), Winona Ryder(Beth)
Roteiro: Andres Heinz e Mark Heyman, baseado em história de Andres Heinz
Música: Clint Mansell
Fotografia: Matthew Libatique - muitas cenas de espelho, dança, fenomenais e icônicas!
Direção de arte: David Stein
Edição: Andrew Weisblum



Para ver mais do diretor: Requiem para um sonho (Requiem for a dream - 2000), direção e roteiro de Darren Aronofsky, baseado em livro de Hubert Selby Jr. O filme narra a derrocada de um casal apaixonado de junkies e a mãe dele. Com Jared Leto, Jennifer Connely e Ellen Burstyn (genial como a mãe viciada em anfetamina para emagrecer).

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Retrospectiva Tarantino

Tem alguns diretores grife, aqueles caras que levam o Cinema pra frente, eu pessoalmente mal consigo esperar por seus próximos lançamentos, e nem preciso ler a sinopse de seus filmes para saber que a escolha é certa, e que eu terei uma experiência inesquecível na projeção. Para tal, gostaria de falar um pouco dos meus autores/diretores/roteiristas preferidos, e pra começar, um cara que é hours concours na cena pop e é adorado por qualquer pessoa que se pretenda cool. Ladys and Gentleman: Quentin Tarantino:

Esse californiano trabalhou em uma locadora em LA e assistiu a todos os filmes que podia, criando uma fixação especial pelos western, trash movies chineses, filmes de artes marciais, entre outros. Junta-se a isso outras obsessões como Elvis Presley o Rei do Rock, hamburgueres, rock and roll, e tudo o que é pop, pés femininos, e temos a genialidade do que hoje conhecemos como o cinema de Tarantino.
Quentin começou como roteirista, vendendo no começo do anos 90 os filmes “Assassinos por Natureza” (Natural Born Killers), que foi dirigido por Oliver Stone e “Amor à queima roupa” (True Romance), dirigido por Tony Scott (irmão de Ridley Scott “Telma & Louise). Com esse dinheiro, ele pôde dirigir o primeiro, e na minha modesta opinião, melhor filme que ele já fez: “Cães de Aluguel” (Reservoir Dogs - 1992). Todo a produção de Reservoir Dogs é um exemplo clássico de Cinema de Guerrilha, aquele empreendimento conjunto que pretende fazer acontecer o filme, mesmo que com pouca verba e prestígio. Ficou mais fácil com a parceria executiva de Harvey Keitel, já um veterano na época, vindo de filmes estourados de Martin Scorcese.
Reservoir Dogs é a base teste para a mente pouco cartesiana de Tarantino e o que passaria a ser caracteristicamente dele. A história em ordem não cronológica, onde personagens vão aparecendo de forma aleatoria. Pode-se falar de várias particulariedades, mas principalmente Tarantino usa a chamada “barriga” como ninguém. Barriga na linguagem tradicional dos screenwriters, são os diálogos que não acrescentam nada à progressão da trama, conversas, e pormenores considerados desnecessários. Em Reservoir Dogs temos uma primeira sequência, em um locação de bar, onde todos esses gangsters perigosos com nomes de cores, comem e bebem e falam, e falam, e falam mais um pouco, dentre eles o próprio Tarantino no papel de Mr. Brown, que explica sua teoria sobre o porquê da história contada na música Like a Virgin da Madonna, dentre outras polêmicas como dar ou não gorjetas...
Dois anos depois, como gosta de fazer, Tarantino explode com Pulp Fiction, que conquista mundo afora indicações e prêmios nos mais conceituados festivais de Cinema (menos o Oscar, que até hoje nunca premiou o diretor/roteirista). Em Pulp Fiction Tarantino tem a proeza, ainda com baixo custo, de juntar super estrelas de Hollywood como Bruce Willis, sua eterna musa Uma Thurman, lançar ao estrelato consistente outras, como Samuel L. Jackson e ainda dar uma bufada de ar fresco em carreiras tidas como decadentes, como aconteceu com John Travolta. O filme marcou a década e o Cinema para sempre com cenas ícone, como a de Mia (Uma Thurman) e Vince Veiga (Travolta), dançando na boate brega com tema hollywoodiano.
Depois de Pulp Fiction ficou fácil, Tarantino foi alavancado na lista dos tops do Cinema daquela geração ao lado de outros gênios como Steven Soderbergh (Sexo, Mentiras e Videotapes), Paul T. Anderson (Boogie Nights), Kevin Smith (Procura-se Amy), Guy Ritchie (Jogos, Trapaças e dois canos fumegantes), que é injustamente conhecido por muitos apenas como marido da Madonna, Sam Mendes (Beleza Americana), dentre muitos outros.
Em 1997 ele lança o talvez menos expressivo de seus filmes,"Jackie Brown", que é uma adaptação de livro e não vem com sua assinatura.
Em 2003 mais uma bomba de sucesso e novidade no Cinema, uma loira fera nas artes marciais e com sede de vingança começa sua saga em Kill Bill – Volume 01. Uma Thurman ainda faz jorrar mais sangue, e em grande quantidade como Tarantino gosta, no ano seguinte com o Volume 02. Já foi anunciado o final da trilogia para 2014.
Em 2005 Tarantino fez participações, dirigindo como convidado uma das histórias do filme de Robert Rodrigues, Sin City e ainda um episódio da série CSI. Em 2007 é lançado nos EUA "À Prova de Morte" (Death Proof), com Kurt Russel no papel principal, mas que só vem aparecer no Brasil em 2010.
Depois de muita espera e especulações sobre seu próximo filme, que seria de época, sobre a 2a Guerra Mundial, estrelando Brad Pitt, as expectativas só subiam, mas com a certeza, pelo menos para mim, de que não poderíamos imaginar o que viria por ai. Bastardos Inglórios em 2009 superou a maioria das expectativas, e nesse caso Brad Pitt não brilhou mais que o ainda desconhecido ator austríaco Christopher Waltz, no papel do antagonista e já histórico Coronel Hans Landa. O filme foi indicado em oito categorias do Oscar, incluindo as principais, de melhor roteiro original, melhor diretor, melhor filme, somente recebendo a estatueta merecidamente de melhor ator coadjuvante para o supra citado Waltz.

Agora nos resta aguardar pelo próximo filme, por mais surpresas, e por mais novidades do nosso já velho conhecido Quentin Tarantino.

Quentin Tarantino atuando como Mr. Brown em Reservoir Dogs

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A experência




Quem somos nós?Uma indagação meio filosófica, meio clichê, meio fora de moda...a grande questão é dialética. O verbo coerente é o estar e não o ser. Nesse momento estamos para determinada situação, determinado cenário ou clima. Poderíamos ser vários, e o somos no decorrer da vida.
Na febre de baixar filmes quando morava na Alemanha, com a ajuda da Internet veloz que o fazia em menos de 20 minutos, deparei-me com "A Experência" (Das Experiment - 2001), direção de Oliver Hirschbiegel. Não sabia nada do filme, e logo no começo fui interessando-me por esse personagem calmo, meio misterioso interpretado por Moritz Bleibtreu (Corra Lola, Corra!), um dos melhores atores alemães da nova geração, juntamente com Daniel Brühl (Adeus Lenin!). O filme encaminha-se de forma descontraída, Tarek (Bleibtreu), é um desempregado, que precisa de dinheiro e junto com outros homens que têm por fim o dinheiro ou outras formas de afirmação, aceita participar de um experimento de 15 dias, recebendo determinado valor por dia. A experiência do título, consiste em um cárcere monitorado por câmeras, onde esses 24 homens seriam divididos entre guardas e presos, regidos por regras de conduta para bem conviver até o final, e ai sim retirarem seus cheques se tudo corresse bem. Não é muito bem o que acontece.
Não vou falar muito mais do filme, mas é interessante imaginar como reagiríamos em uma situação limite. Qual a nossa personalidade crua, quando vestimos as mesmas roupas que muitos? Quando não existe diferença social? Quem realmente somos na origem. Fiquei imaginando tudo isso muito tempo depois de assistir a esse filme no começo de 2009. Hoje, dois anos depois pude assistir à versão americana, Detenção ("The Experiment" - 2010), direção de Paul Scheuring, estrelado por Adrien Brody (O pianista), e Forrest Whitaker (O último rei da Escócia). Não consigo dizer qual dos dois filmes é melhor, ambos retratam bem, na medida cabível cinematográfica esse experimento verídico conhecido como "Experimento de Aprisionamento de Standford", feito em 1971 nos EUA. Só digo uma coisa, tem que ter estômago.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Estréia : Biutiful

No primeiro ato do filme que estreia essa semana no Brasil, "Biutiful" (2010 - Alejandro Gonzalez-Inarritu), não podemos imaginar que o cenário de pobreza mal cuidada mostrado, seria uma parte não divulgada da bela Barcelona. O diretor Iñarritu, de Babel (2006), e Amores Brutos (2000), conhecido por suas tramas multifacetadas e ágeis, conta dessa vez a apenas uma história, participamos da jornada de herói clássico em derrocada. Uxbal (Javier Bardem), é um bom marido e pai de família que sofre para oferecer o mínimo de conforto para seus filhos, e ainda bancar os tratamentos para as crises de bipolaridade de sua mulher. Além de todos os problemas de ser praticamente um pai solteiro, ele sofre no trabalho, onde "comissiona" imigrantes africanos e chineses, os quais sem querer ele também sentimentalmente adota. Uxbal é um doente terminal de cancer. Assistimos a um Javier Bardem sofrendo e muito na cidade catalã que aos poucos vai mostrando suas belezas escondidas nessa trama trágica. Biutiful pode ser uma grande novela mexicana com uma fantasia de hollywood, até cool. Como tudo em se tratando de Cinema, depende do seu estado de espiríto, do nível de bofetada na cara que você pretende levar, e da estética que acaricia seus olhos...eu pessoalmente fico com algo um pouco mais bonito, sem o trocadilho do título.