segunda-feira, 3 de outubro de 2011

The cat

De cara somos apresentados a um Paul Newman vestindo um terno refinado, em seus trinta e poucos anos, ébrio, tentando correr e pular barreiras em um estádio. É noite e ouvimos lá longe um burburinho de jogo, excluído desse cenário Brick, (Newman), pula com sucesso uma, duas, três barreiras, para obviamente cair na quarta. Na cena seguinte é Liz Taylor que aparece sob o sol, vestindo um conjunto lady like que só faz exaltar seus atributos, e a personalidade forte da “gata” Maggie já se mostra no embate com crianças.
Na sequência os dois se encontram em um ideal de beleza gritante, mais em um monólogo de Maggie que tenta sem êxito arrancar um pouco de atenção de seu marido que responde com uma cortesia de afronta, eles praticamente zombam do Belo e é ai, nessa aparente perfeição, que mora a ironia de Cat on a hot tin roof (“Gata em teto de zinco quente”- 1958), direção de Richard Brooks, roteiro de Richard Brooks e James Poe, baseado em peça de Tennessee Williams. O filme é como que uma versão censurada da peça, deixando de lado o carater homossexual do protagonista (só quem não gosta da fruta pode ignorar Liz Taylor em um beaudoir), que é colocado como um problemático pobre menino rico, Tennessee na época repugnou a plástica que fizeram na cria. Vale a pena pelo colírio, vale a pena pelas atuações e pelo asco que é sempre bom ser renovado pela falsidade.




Ver também A streetcar named Desire (Uma rua chamada Pecado - 1951), dirigido por Elia Kazan, com roteiro de Oscar Saul, também baseado em peça de Tennessee Williams. Com Vivien Leigh (a eterna Scarlet O'Hara), Marlon Brando mais lindo e repugnante que nunca também na cena icônica em que ele grita inconsolável e com a roupa toda rasgada na janela "Hey Stella!!".