terça-feira, 1 de março de 2011

And the Oscar goes to...



O Discurso do Rei (2010 - The King's Speech), tem direção de Tom Hooper e roteiro original de David Seidler, e é baseado na história real do Rei George VI, o pai da rainha da Inglaterra Elizabeth. Esqueça as faraônicas histórias da realeza, os casos extraconjugais bizarros e as guerras, esse filme trata de um constrangimento pessoal que se torna público, a gagueira de um principe e futuro Rei. Sentimos fundo a humilhação por não conseguir falar, o desconforto alheio por esperar que o outro fale, e o principal, sentimos empatia pelo herói, esse esnobe britânico que viria a ser rei e 'turns out to be just like us". Sob um enfoque específico dentro de um período pré 2a Guerra Mundial, conhecemos o dia a dia do duque de York (Colin Firth), sua devotada companheira (Helena Boham Carter) e suas duas filhas. Se a história foi romanceada e idealizada, diriam os críticos, bom pra nós espectadores, por que assistimos a um adorável lar nobre em contraponto com outro adorável lar plebeu, representado pelo patriarca Lionel Logue (Geoffrey Rush). Essa produção independente com orçamento de 15 milhões de dolares, baixo para os padrões hollywoodianos, segue uma dinâmica que funcionaria em um palco de teatro, onde três ou no máximo cinco atores interagem, mesma coisa que acontece em Closer (2004). É preciso ter um roteiro coeso e interassante para segurar um longa metragem nesses padrões, e esse filme consegue essaa proeza no bate bola dos protagonistas "Burtie" carinhosamente chamado pelo talentoso e sem formação formal Lionel Logue, que o ajuda a desfazer-se de suas amarras psicológicas para bem falar/discursar, muito mais em um jogo psicanalitico da cura através da fala, que em uma sessão de fonoaudiologia.
Há muitos anos no ramo, conquistando prestígio no papel do adorável inglês apaixonado das comédias românticas (ainda como marido da querida Bridget Jones), Colin Firth tem conseguido nos últimos tempos, mais espaço exercendo seus talentos dramáticos até o Oscar consagrado como melhor ator esse ano. Vale um comentário especial para o personagem e consequentemente para a atuação de Geoffrey Rush como o depois amigo Logue, e que ficou famoso no papel do excêntrico David em Shine de 1996, filme que eu particularmente não gosto muito...


Assistir também Direito de Amar (A Single Man - 2009), dirigido pelo estilista/fotográfo/popstar e diretor estreante Tom Ford, com roteiro do próprio em parceira com David Scearce, baseado em livro de Christopher Isherwood. Tem também a diva Juliane Moore. Sobre o luto de um professor com vida profissional mediocre com saudade da vida amorosa e gay extraordinária. No começo não me conquistou, mas foi mostrando coisas novas no decorrer da projeção. Não é preciso nem comentar o figurino deslumbrante.

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