terça-feira, 30 de março de 2010

Tudo muda na vida. Menos uma Paixão.

Ontém em meio da chuva recorrente, resolvi parar no meu atual cinema preferido da capital paulista, o Reserva Cultural. Lá, além de filmes difíceis de serem encontrados no circuito nacional de estréias, podem ser encontrados também os mais comentados do Oscar, como nesse caso um filme argentino, um primo próximo (geografica, porém não cinematograficamente): "O segredo de teus olhos" (El secreto de sus ojos - 2009), com direção primorosa de Juan José Campanella, a partir de roteiro do mesmo e Eduardo Sacheri, baseado em livro de Eduardo Sacheri.

Esse é um daqueles filmes completos (há humor, suspense, romance, drama, ação), não consigo imaginar alguém que possa não se apaixonar, ou pelo menos emocionar-se com ele. Uma sequência, clichê a priori, abre o filme com uma bela mulher correndo atrás do trem onde está o seu amado, apenas conseguindo, do lado de fora, juntar sua mão à mão dele sob a janela. Esse começo mostra-se pertinente no final, e do começo ao fim somos cativados pela história de Benjamin, sua amizade deliciosa com o adorável bêbado Sandoval e por seu amor profundo e impossibilitado, não tão dramaticamente, mas apenas pelas circunstâncias, pela heroína moderna, Irene (Soledad Villamil).

Benjamin (Ricardo Darín) e Sandoval (Guillermo Francella) são oficiais da justiça, eles trabalham com burocracia, estão sempre literalmente em meio aos papéis empoeirados, e costumam ficar insensíveis aos casos com os quais lidam todos os dias, até o dia do estupro e assassinato da jovem Lilliana, quando Benjamin, à contragosto é chamado para olhar o caso. De repente ele parece acordar de uma vida amorfa ao ser tragado pela impunidade de um crime desse tipo, e pelo respeito que sente pelo amor do viúvo, que ele nutrirá por essa esposa morta até o fim, um amor intenso, como diz o próprio Benjamin, que se vê através dos olhos. Uma premissa da trama é guiada pela idéia de paixão e em como ela nos guia durante toda uma vida por ser imutável.


Cinemão dos bons!Valeu o Oscar de melhor filme estrangeiro, e por que não, de Melhor Filme do ano e ponto.

Ver também um outro indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro: A fita branca (Das weisse Band: Eine Deutsche Kindergeschichte - 2009, do literal, "A fita branca- uma história alemã sobre crianças). Direção do polêmico diretor austríaco Michael Haneke. Um filme genial que se passa em um tempo que antecede a primeira grande guerra, todo em fotografia P&B, que ilustra as raízes pedagógicas do que viria a se tornar a nação responsável pelo holocausto.

terça-feira, 23 de março de 2010

O que é certo para você?

Tempos atrás, em mais uma daquelas coincidências de locadora, ao olhar um filme na estante de lançamentos, tive a feliz idéia de escolher: Medo da Verdade (Gone baby Gone - 2007). Esse filme foi dirigido por, ninguém mais que Ben Affleck. E muito bem dirigido diga-se de passagem. Quem pensa em um dos galãs mais famosos do cinema contemporâneo, da chamada nova geração (que nem é mais tão nova), acaba esquecendo-se de que esse ator surgiu ao ganhar o Oscar de melhor roteiro original, assim de cara, com seu parceiro Matt Damon para Gênio Indomável há exatos 10 anos antes*. Como na outra postagem, volto a levantar a moral dos galãs, muitas vezes subjugados por causa da beleza colocada sempre em primeiro plano. Esse filme é como Sobre Meninos e Lobos, inspirado no livro homônimo de Dennis Lehane, nesse caso adaptado para roteiro de cinema por Aaron Stockard e Ben Affleck.

Os protagonistas são a dupla de detetives já conhecida de outras criações de Lehane, Angie Gennaro e Patrick Kenzie, aqui interpretados por Michelle Monaghan e Casey Affleck (sim, o "irmãozinho" do diretor, que pode ser encontrado também, no mesmo ano, ao lado de Brad Pitt em O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford - 2007, e indicado ao Oscar de ator coadjuvante pelo mesmo).
A trama gira em torno do sumiço de uma criança, em toda uma comoção consequentemente gerada no local, mesmo em detrimento da má fama da mãe, drogada. Os acontecimentos se desenrolam, até o momento limite, em que questões éticas principalmente, entram em colapso com o relacionamento de amizade e amor dos protagonistas. Um desconforto final divide opiniões. O filme oferece uma boa licença poética para pensar nossas próprias vidas, em como determinadas atitudes podem ou não nos chocar.

O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford (2007) Direção Andrew Dominik, com Brad Pitt. Sobre um dos legendários fora da lei dos Estados Unidos, Jesse James e seu destino surpreendente.

Ver também Gênio Indomável (Good will hunting - 1997) Direção de Gus Van Sant, com Robin Williams, Matt Damon, Ben Affleck. Roteiro ganhador do Oscar de roteiro original para Matt Damon e Ben Affleck. Sobre um garoto simples, que é obrigado a fazer terapia para que possa esmiuçar seu talento genial.

sexta-feira, 19 de março de 2010

A arte (às vezes) imita a vida

Ontém a noite, passando da hora de dormir, a nossa querida TV aberta conseguiu sugar a minha atenção com "De repente é amor" (A lot like love - 2005) direção de Nigel Cole. Cheguei tarde e cansada em casa, deveria continuar lendo meu livro, tomar logo um banho e dormir, mas aconteceu uma daquelas deliciosas coisas espontâneas do cinema. O filme foi me segurando, só mais esse bloco, só mais esse bloco, até que eu fiquei até o fim. Eu já assisti a esse filme em questão umas três vezes, contando a de ontém, e é engraçado ir vendo o filme, várias vezes, no decorrer da vida, e de forma diversa pensar como ele pode ser lido.
No decorrer desse filme eu pensei em várias coisas. Primeira: Ashton Kutcher é um ótimo ator. Um dos melhores da nova geração. Muitos podem pensar, pq?Que papel importante, dramático e marcante ele fez até hj?Além de talvez o protagonista de Efeito Borboleta*. E tá ai um senso comum, essa coisa de pensar que um ator só se mostra, só é realmente bom ao interpretar alguém louco, ou muito sádico, ou retardado, enfim, vcs entenderam. Essa simplicidade que ele usa, ao interpretar o Oliver do filme, um personagem com o qual prontamente nos identificamos, em seus altos e baixos, em sua falta ou encontro de direção na vida adulta. Ela, Amanda Peet seu par amoroso, também fica à altura nessa parceria, mas o mérito vai diretamente pra ele, uma atuação despretensiosa e exata.
Seguindo a mesma linha,em segungo lugar, pensei nesse gênero comédia romântica, ao qual muitos dos cinéfilos e críticos de plantão torcem o nariz. A crítica: o clichê do "lógico que no final eles ficam juntos". Em uma comédia romântica na verdade, o foco se direciona ao "como" eles ficam juntos, em que condição. E eu acredito, que tal qual, a interpretação de um cara comum, sem maiores características excêntricas e que mesmo assim nos cativa, é ainda mais difícil de ser realizada, quanto também, o roteiro de um filme com final conhecido é muito mais difícil de ser escrito de maneira inovadora e com qualidade.
E "terceiramente", para finalizar, tudo o que acontece no filme é crível. A cidade grande e o nosso trabalho, eternos antagonistas dentro de um romance, participantes importantes dentro de uma história de amor. Fatores que determinam quase tudo. O dito pelo não dito, o desencontro, os enganos, as dores que continuam existindo mesmo com um novo amor, um novo interesse, a coragem de assumir, e o mais importante, ter certeza que o outro também quer. O fazer-se de bobo. Completamente.
Esse filme é uma delicia, e é bom comprovar muitas vezes que a arte imita a vida, mesmo!

*Efeito Borboleta (Butterfly Effect - 2004) Direção e Roteiro (genial diga-se de passagem) de Eric Bress e J. Mackye Gruber. Com Ashton Kuchner, Amy Smart e Elden Henson. Bela ilustração sobre o efeito que consistiria na teoria do caos de que a batida das asas de uma borboleta de um lado do planeta, pode causar um terremoto do outro. Um garoto que consegue voltar ao passado no intuito de conserta-lo, mas acaba descobrindo em decorrência, resultados ainda piores no futuro.

quinta-feira, 11 de março de 2010

As luvas de pelica e o humor de Almodóvar

Ontém assisti a um desses filmes deliciosos, feitos em um época em que eu ainda nem era nascida. Trata-se de Maus Hábitos (Entre Tinieblas-1983), o terceiro longa metragem do roteirista/diretor Pedro Almodóvar.
Acho que um pouco dessa minha personalidade afirmativamente nostálgica, ajuda-me a ter uma admiração maior pelos filmes antigos de meus diretores mais queridos. Maus hábitos é um açoite a tudo o que eu aprendi em minha educação católica. Nesse filme encontramos como um núcleo cômico/trágico quatro freiras, as "redentoras humilhadas", religiosas lascivas, gulosas, e viciadas em drogas pesadas como heroína e àcido. As irmãs em questão: Esterco, Rata de esgoto (um dos personagens mais cativantes que já vi, interpretada por Chus Lampreave), Perdida e Víbora, auto denominadas assim, pelo que seria parte dessa humilhação proposta como castigo e subserviência.



Trata-se de algum daqueles exercícios ao qual temos acesso apenas através da arte. O ato do desapego de valores, pré conceitos e estereótipos, e que a partir das mãos de Almodóvar, encontram coerência mesmo em se tratando das mais bizarras histórias. De freiras viciadas a um tigre doméstico morando em um convento. Com ele há sempre uma segunda chance para os desamparados e julgados pela sociedade como seres baixos e inferiores, ele arregala os nossos olhos, e nos mostra que todos temos defeitos, erros, e nem por isso deixamos de ser humanos e de buscar o amor. Este, o objetivo principal de todos os seus heróis (principlamente heroínas), em detrimento das leis do Homem e recorrentemente, a despeito das leis de Deus.

Ele traz muito desse rancor ou leitura pessoal, como queiramos entender, a respeito da Igreja católica, cenário onde foi educado desde a infância (ver seu filme considerado autobiografico: Má Educação - 2004, sobre padres, pedofilia e homossexualismo).
Maus Hábitos, segundo o livro "Conversas com Almodovar", foi patrocinado por um milionário de Madri, que teria colocado como condição que sua namorada/mulher Cristina S.Pascual, a pouco expressiva cantora Yolanda Bell do filme, que vai morar no convento em busca de refúgio, estrelasse a história. Ela é o interesse romântico da musa (real) de Almodovar, Carmen Maura, a irmã "Perdida'.
Apesar de todo o enredo maluco e pouco ortodoxo, Pedrão consegue nos emocionar, e nos equiparar a esses personagens tão abomináveis às leis da sociedade, e este é o grande mérito dele, fazer o impossível, e ainda nos tirar boas risadas.

Como dica, fica um dos que podem ser considerados predecessor do estilo Almodovar de direção. O italiano Federico Felline (La Dolce Vita - 1960) em um de seus últimos longas: Ginger e Fred (1985), sobre o reencontro de um casal de bailarinos depois de anos, já senhores, em um programa de Televisão. O filme mostra um tipo de crônica a essa tecnologia, e seu fator dinâmico e pouco sensível, quase desumano. Traz Marcelo Matroianni, um dos maiores galãs da década já por volta dos seus 70 anos dançando com sua Ginger, Giulleta Massina. Muito bom e tocante.

quarta-feira, 10 de março de 2010

"Finais felizes"

Assisti, há pouco, à dois filmes que já saíram do roteiro das salas de cinema e que quero citar como exemplos de finais "felizes".Por felizes não me refiro ao "happy end", ao "felizes para sempre", mas sim a essa alternativa difícil de ser alcançada nas projeções, o final que foge do açucarado happy end, porém sem nos deixar a ponto de cortar os próprios pulsos.

Esse felizes para sempre, especificamente a promessa de felicidade eterna para os protagonistas da história, sem dar muita atenção aos coadjuvantes, tornou-se algo uncool, se é q podemos pensar dessa forma. Além de clichê (pq sempre rola aquele comentário cético no final "lógico que eles se apaixonam..."), ficou meio brega, vazio. Lógico que é uma delicia ver o mocinho e a mocinha se dando bem, rola aquela esperança pra nossa própria vida, o alimento do bem que o cinema nos fornece. E o filme tbm não se trata somente do final, ele tem todos os mais ou menos 120 minutos para nos entreter até que o inevitável aconteça. E então, depois de falar tanta novidade, penso que o filme é um produto como outro qualquer, vamos ao "supermercado" em busca de risadas, de good feelings, muitas vezes também de muito choro, tristeza, terror e adrenalina e assim vai.

Eu pessoalmente vivo contradições, meu intelecto sempre grita a favor do final realista, muitas vezes triste e penoso como é a realidade, mas meu coraçãozinho insiste em querer a felicidade pra todos, ou pelo menos uma faísca de esperança para aquele protagonista que aprendemos a amar no decorrer do filme. Esse cara se torna nosso filho/marido/amante/herói/pai/irmão, não queremos que ele se dê muito mal.

- Olha ele aí, Clint lindão.



Para o bem da minha sanidade, deparo-me com filmes como Gran Torino (2009) do melhor diretor do mundo, Clint Eastwood, e 500 Dias com Ela (500 of Sommer - 2009) de Marc Webb.
O primeiro merece um momento de silêncio e de respiração profunda para conter a minha paixão e admiração fulminantes pela figura de Clint Eastwood. O cara está beirando os oitenta anos, e ainda mantém a pose soberba e elegante de galã (em seus 1,90m), como poucos hj em dia. Dirigido, produzido e estrelado pelo mesmo, Gran Torino é uma grata supresa, principalmente por fazer juz a maior qualidade de seu diretor: a não pretensão. Ele usa enquadramentos simples e nada de cortes e closes interativos. Com ele a história flui poderosa de mãos dadas com seus personagens. E Gran Torino mostra o auge da experiência desse artista completo que é Clint Eastwood, generoso no seu bate bola com os “Chinas” com os quais interpreta. O personagem é um sujeito turrão que vai nos conquistando desde o primeiro momento, por não partilhar dessa hipocrisia e jogo de aparências social. E o final, fica por conta dos que assistirem, grandioso e eloquente como os verdadeiros "finais felizes."

O segundo, uma comédia romântica não convencional, em uma linguagem colorida (lembrando um pouco O Fabuloso Destino de Amélie Poulain - 2001), já compromete-se desde o principio em não contar uma história de amor. Ela Ilustra o encontro de um casal, Tom ( Joseph Gordon-Levitt), o rapaz que sonha com um amor pra toda a vida e Summer (Zooey Deschanel), a mesma do título (cujo nome rende bons trocadilhos, fica a dica pra quem quiser assistir), a moça moderninha, avessa à relacionamentos sérios e muito menos às suas denominações taxativas e pesadas. Realmente não se trata de uma história de amor, e esse outro "feliz" final nos conta sobre o que trata realmente a história.

Já que citei, vai ai a dica básica para cinéfilos e apreciadores de cult atemporais de plantão. O francês: O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2001), direção de Jean-Pierre Jeunet, estrelado pela eterna Amelie Poulin, Audrey Tautou.

E o maior filme de Clint Eastwood, um dos top 10 da minha lista de melhores: Sobre meninos e lobos ((Mystic River - 2003), sobre dor, vingança e cicatrizes que não se curam. Atuações milagrosas do meu amor, Sean Penn e roubando a cena: Tim Robbins.

segunda-feira, 8 de março de 2010

O humano supera a máquina - Oscar 2010

Lá se foi mais um Oscar...tive que esperar o paredão do BBB10 terminar de se formar, contentar-me com alguns pedaços que eu ia perdendo da cerimônia mais importante do cinema, enquanto minhas torcidas levavam suas estatuetas: o austríaco Chris Waltz (ator coadjuvante para Bastardos Inglórios) e a apresentadora americana Mo'nique (atriz coadjuvante por Preciosa). Mantive-me firme até a fala final de Tom Hanks (anuncio sem rodeios de melhor filme), pescando com os olhos pesados até as 2h da manhã, mas hj sinto-me um tanto quanto frustrada por ainda não ter assistido ao maior vencedor da noite: Guerra ao Terror.

Minha desculpa não me redime, mas pelo menos me torna compreensível..o gênero guerra (por mais inovador que seja o filme em questão), não consegue realmente me atrair para o cinema, ainda mais quando a demanda por bons filmes queridos à minha pessoa, era tão grande e vasta, tanto em matéria de diretores quanto de atores. Vou ficar devendo meu comentário sobre o número 1 da noite, mesmo. Foi mal! Mas posso adiantar que a minha contra torcida para Avatar nas categorias de melhor diretor, e filme foram vitoriosas. Realmente Avatar foi o filme do ano, por tudo que ele trouxe para o Cinema como um todo, mas não podemos, na minha opinião, deixar de priorizar roteiro e atuações aos nossos olhos que tecnologia e efeitos, o que não deixa de ser um paralelo com o nosso mundo real, um mundo orgânico, sem photo shop ou edição de qualquer tipo (dai minha torcida para a Preciosa e o mundo falho e sujo em que vivemos).

Tivemos, vale ressaltar, nesse dia 07 de março madrugada do dia 08 a vitória, pela primeira vez de uma mulher para a estatueta de direção. Coincidentemente no dia da Mulher! (já passava da meia noite no Brasil). Kathryn Bigelow, no auge dos 59 anos de idade, enxutérrima. Essa mulher é no mínimo o que eu quero ser quando crescer.

Mesmo sem assistir Guerra ao Terror, bato o meu pezinho e duvido que o roteiro em questão supere Bastardos Inglórios. Quentin Tarantino não é exatamente a pessoa mais amada pela Academia, não é de se admirar que não tenha levado essa, mas senti tristeza por um filme tão maravilhoso quanto essa releitura maluca da 2a Guerra, tenha passado praticamente em branco nas premiações, com exceção da vitória do inesquecível Coronel Hans Landa (Chris Waltz), o que era gritante e impossível de se ignorar.

Dos indicados, posso indicar (só no trocadilho): Amor sem escalas (Jason Reitman), Preciosa (Lee Jones), Bastardos Inglórios (Quentin Tarantino), A fita branca (Michael Haneke) e Avatar (por que não? James Cameron).

Seguindo o genero guerra, fica a dica: "Nascido para matar" (Full Metal Jacket) Stanley Kubrick - 1987. Na guerra do Vietnã,no meio de um treinamento sádico, uns se descobrem, outros enlouquecem. Clássico com assinatura de Kubrick.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Jason Reitman e os anti-heróis contemporâneos

Continuando o assunto corrida para o Oscar, abordo hoje mais um dos grandes indicados às categorias mais importantes: "Amor sem escalas" (mais uma vez enfatizo a minha digamos, implicância com a tradução dos títulos gringos para o português, do original: "Up in the air" - os "tradutores" responsáveis têm essa mania de enfiar a palavra amor em qualquer título que apareça!).

Nesse filme encontramos a fórmula: George Clooney, interpretando no seu jeito simples de ser, um tipo Clooney adaptado, cativante e preciso. Temos o canadense Jason Reitman (Juno e Obrigado por fumar), na direção, sempre cool, antenado e direto na ferida dos preceitos básicos de conduta social. A jovem Anna Kendrick (a amiguinha da Bela em Crepúsculo) em seu papel revelação da vida e uma Vera Farmiga (Os Infiltrados) que rouba a cena do filme, ambas indicadas ao Oscar para atrizes coadjuvantes.

A história é uma adaptação (bem como Preciosa), do próprio Reitman e Sheldon Turner do livro de Walter Kim. Nela adentramos no mundo de Ryan Bingham (Clooney), um profissional que sobrevoa (vide o nome original do filme), o país todo como consultor para despedir pessoas. Ele é em suma um anti-herói comum aos personagens de Reitman, como Nick Neylor de Obrigado por fumar e Juno. Os imperfeitos realmente cativantes do Cinema atual. Ele não se apega às pessoas, é totalmente afastado da família, e prefere relacionamentos superficiais. Tudo começa a mudar quando seu mundo é posto à prova por meio da jovem personagem de Anna Kendrick, oferecendo um novo sistema de videoconferência na demissão das pessoas e contenção de custos. Ele então propõe um desafio a ela, para que o acompanhe em suas viagens e participe do dia a dia dessas pessoas desesperadas.Gosto especialmente, em uma cena de pré embarque, quando ele fala pra ela, ao acusá-lo de racista, que "estereotipar é mais rápido". É claro que no meio do caminho, não exatamente nessa ordem, ele conhece Alex, sexy, independente, como que ele próprio de saias. E é também o momento em que, além de ele questionar seus valores pré-moldados em relação ao trabalho, ele também começa a questionar suas escolhas amorosas, pesando as reais qualidades da vida sem companhia. E ai temos o mote do filme. "A vida é melhor quando se está acompanhado."
Um bom filme em todo o seu percurso, uma grata experiência e o que é melhor, uma divertida experiência. Faltando um certo quê de Preciosa. Não falo mais para não estragar.

Para ver Jason Reitman em sua melhor forma, em seu filme de estréia: "Obrigado por fumar" 2006 com Aaron Eckhart genial na pele de Nick Naylor, nada mais nada menos, que o porta voz da Industria de Tabaco Americana. Em seu ponto alto no fim, aconselha o filho que para fazer certos tipos de trabalho, é preciso ter uma "moral flexível".

quinta-feira, 4 de março de 2010

Corrida para o Oscar!

A data para a tão esperada entrega dos prêmio mais conceituado (talvez por ser o mais eclético ou simplesmente por ser da terra do tio Sam), para os melhores do mercado cinematográfico do ano, está chegando. Nesse domingo dia 7 de março de 2010, logo após do BBB10 (a cerimônia começa oficialmente aqui, no nosso horário de Brasilia às 22h, o BBB termina na Globo por volta das 00h).
Existem várias questões que giram em torno de todo esse evento que chega à sua octogésima segunda edição. Uns dizem ser injusto por privilegiar blockbusters superficiais, outros idolatram cada vencedor e menosprezam os jamais citados para a estatueta, outros consideram-se injustiçados, e outros, como Woody Allen, ao invés de irem receber uma das estatuetas mais importantes, a de melhor diretor ("Annie Hall"1977 - me recuso a dizer "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa" um dos títulos mais non sense desde "A primeira noite de um homem" para o original "The Graduate"), preferem ir tocar clarinete em um bar de New York).
O essencial é que o nosso amigo Oscar, companheiro de todos os anos, vivo e inteiro apesar da queda de audiência dos últimos tempos, é ainda uma senhora referência ao que, em uma determinada época, se destaca na Sétima Arte. E eu aqui nos meus sapatos, como diriam os americanos, sinto-me especialmente ansiosa para essa edição. Talvez por ter dado o meu primeiro passo em direção  à carreira cinematográfica, e também por estar por dentro frequentemente de todas as notícias e fatos referentes aos filmes mais comentados desse ano (o que eu vou tentar aos poucos dividir aqui com vocês). Por enquanto, adianto a minha torcida para a Preciosa de Lee Jones, pelo conjunto da obra como melhor filme, especialmente pela mensagem que é mandada, além de (se fosse minha a escolha), levar o prêmio de melhor atriz Gabourey Sidibe e melhor atriz coadjuvante: Mo'nique. Para melhor diretor e melhor roteiro original torço como a fã fiel que sou para Quentin Tarantino em Bastardos Inglórios. Acho, porém, difícil levar por ser simplesmente um Quentin Tarantino. A estatueta para ator coadjuvante já está ganha para o impecável e já inesquecível "Coronel Hans Landa", Christoph Waltz .


E como eu já citei acima, vão ai duas dicas cativantes e clássicas, no original por favor, respeito: "Annie Hall" 1977 - (Dir. Woody Allen). Estrelando o próprio Allen e a senhorinha da America Diane Keaton (Annie). E dez anos antes...

"The Graduate" 1967 - (Mike Nichols, mesmo de "Closer-perto demais"). Com Dustin Hoffman ainda sem pêlos no peito e a eterna Mrs. Robinson: Anne Bancroft, desvirginando-o na ficção e na realidade cinematográfica. Destaque pra antológica trilha sonora pop de Simon and Garfunkel.

terça-feira, 2 de março de 2010

Oscar 2010

Eis os indicados às categorias mais interessantes (minha opinão) ao amigo Oscar:

Melhor Filme
“Avatar”
“The Blind Sinde”
“Distrito 9″
“Educação”
“Guerra ao Teror”
“Bastados Ingflórios”
“Preciosa”
“Um Homem Sério”
“Up – Altas Aventuras”
“Amor Sem Escalas”

Melhor diretor
James Cameron, “Avatar”
Kathryn Bigelow, “Guerra ao Terror”
Quentin Tarantino, “Bastardos Inglórios”
Lee Daniels, “Preciosa”
Jason Reitman, “Amor Sem Escalas”

Melhor ator
Jeff Bridges, “Crazy Heart”
George Clooney, “Amor Sem Escalas”
Colin Firth, “A Single Man”
Morgan Freeman, “Invictus”
Jeremy Rennet, “Guerra ao Terror”

Melhor atriz
Sandra Bullock, “The Blind Side”
Helen Mirren, “The Last Station”
Carey Mulligan, “Educação”
Gabourey Sidibe, “Preciosa”
Meryl Streep, “Julie & Julia”

Melhor ator coadjuvante
Matt Damon, “Invictus”
Woody Harrelson, “The Messenger”
Christopher Plummer, “The Last Station”
Stanley Tucci, “Um Olhar do Paraíso”
Christoph Waltz, “Bastardos Inglórios”

Melhor atriz coadjuvante
Penelope Cruz, “Nine”
Vera Farmiga, “Amor Sem Escalas”
Maggi, “Crazy Heart”
Anna Kendrick, “Amor Sem Escalas”
Mo’Nique, “Preciosa”

Melhor animação
“O Fantástico Sr. Raposo”
“Coraline e o Mundo Secreto”
“Up – Altas Aventuras”
“A Princesa e o Sapo”
“The Secret of Kells”

Melhor roteiro original
“Guerra ao Terror”
“Bastardos Inglórios”
“The Messenger”
“Um Homem Sério”
“Up – Altas Aventuras”

Melhor roteiro adaptado
“Distrito 9″
“Educação”
“In the Loop”
“Preciosa”
“Amor Sem Escalas”

Melhor filme estrangeiro
“Teta Assustada”, Peru
“A Fita Branca”, Alemanha
“O Profeta”, França
“Ajami”, Israel
“O Segredo de Seus Olhos”, Argentina


Melhor trilha sonora
“Avatar”
“O Fantástico Sr. Raposo”
“Guerra ao Terror”
“Sherlock Holmes”
“Up – Altas Aventuras”