quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Retrospectiva Tarantino

Tem alguns diretores grife, aqueles caras que levam o Cinema pra frente, eu pessoalmente mal consigo esperar por seus próximos lançamentos, e nem preciso ler a sinopse de seus filmes para saber que a escolha é certa, e que eu terei uma experiência inesquecível na projeção. Para tal, gostaria de falar um pouco dos meus autores/diretores/roteiristas preferidos, e pra começar, um cara que é hours concours na cena pop e é adorado por qualquer pessoa que se pretenda cool. Ladys and Gentleman: Quentin Tarantino:

Esse californiano trabalhou em uma locadora em LA e assistiu a todos os filmes que podia, criando uma fixação especial pelos western, trash movies chineses, filmes de artes marciais, entre outros. Junta-se a isso outras obsessões como Elvis Presley o Rei do Rock, hamburgueres, rock and roll, e tudo o que é pop, pés femininos, e temos a genialidade do que hoje conhecemos como o cinema de Tarantino.
Quentin começou como roteirista, vendendo no começo do anos 90 os filmes “Assassinos por Natureza” (Natural Born Killers), que foi dirigido por Oliver Stone e “Amor à queima roupa” (True Romance), dirigido por Tony Scott (irmão de Ridley Scott “Telma & Louise). Com esse dinheiro, ele pôde dirigir o primeiro, e na minha modesta opinião, melhor filme que ele já fez: “Cães de Aluguel” (Reservoir Dogs - 1992). Todo a produção de Reservoir Dogs é um exemplo clássico de Cinema de Guerrilha, aquele empreendimento conjunto que pretende fazer acontecer o filme, mesmo que com pouca verba e prestígio. Ficou mais fácil com a parceria executiva de Harvey Keitel, já um veterano na época, vindo de filmes estourados de Martin Scorcese.
Reservoir Dogs é a base teste para a mente pouco cartesiana de Tarantino e o que passaria a ser caracteristicamente dele. A história em ordem não cronológica, onde personagens vão aparecendo de forma aleatoria. Pode-se falar de várias particulariedades, mas principalmente Tarantino usa a chamada “barriga” como ninguém. Barriga na linguagem tradicional dos screenwriters, são os diálogos que não acrescentam nada à progressão da trama, conversas, e pormenores considerados desnecessários. Em Reservoir Dogs temos uma primeira sequência, em um locação de bar, onde todos esses gangsters perigosos com nomes de cores, comem e bebem e falam, e falam, e falam mais um pouco, dentre eles o próprio Tarantino no papel de Mr. Brown, que explica sua teoria sobre o porquê da história contada na música Like a Virgin da Madonna, dentre outras polêmicas como dar ou não gorjetas...
Dois anos depois, como gosta de fazer, Tarantino explode com Pulp Fiction, que conquista mundo afora indicações e prêmios nos mais conceituados festivais de Cinema (menos o Oscar, que até hoje nunca premiou o diretor/roteirista). Em Pulp Fiction Tarantino tem a proeza, ainda com baixo custo, de juntar super estrelas de Hollywood como Bruce Willis, sua eterna musa Uma Thurman, lançar ao estrelato consistente outras, como Samuel L. Jackson e ainda dar uma bufada de ar fresco em carreiras tidas como decadentes, como aconteceu com John Travolta. O filme marcou a década e o Cinema para sempre com cenas ícone, como a de Mia (Uma Thurman) e Vince Veiga (Travolta), dançando na boate brega com tema hollywoodiano.
Depois de Pulp Fiction ficou fácil, Tarantino foi alavancado na lista dos tops do Cinema daquela geração ao lado de outros gênios como Steven Soderbergh (Sexo, Mentiras e Videotapes), Paul T. Anderson (Boogie Nights), Kevin Smith (Procura-se Amy), Guy Ritchie (Jogos, Trapaças e dois canos fumegantes), que é injustamente conhecido por muitos apenas como marido da Madonna, Sam Mendes (Beleza Americana), dentre muitos outros.
Em 1997 ele lança o talvez menos expressivo de seus filmes,"Jackie Brown", que é uma adaptação de livro e não vem com sua assinatura.
Em 2003 mais uma bomba de sucesso e novidade no Cinema, uma loira fera nas artes marciais e com sede de vingança começa sua saga em Kill Bill – Volume 01. Uma Thurman ainda faz jorrar mais sangue, e em grande quantidade como Tarantino gosta, no ano seguinte com o Volume 02. Já foi anunciado o final da trilogia para 2014.
Em 2005 Tarantino fez participações, dirigindo como convidado uma das histórias do filme de Robert Rodrigues, Sin City e ainda um episódio da série CSI. Em 2007 é lançado nos EUA "À Prova de Morte" (Death Proof), com Kurt Russel no papel principal, mas que só vem aparecer no Brasil em 2010.
Depois de muita espera e especulações sobre seu próximo filme, que seria de época, sobre a 2a Guerra Mundial, estrelando Brad Pitt, as expectativas só subiam, mas com a certeza, pelo menos para mim, de que não poderíamos imaginar o que viria por ai. Bastardos Inglórios em 2009 superou a maioria das expectativas, e nesse caso Brad Pitt não brilhou mais que o ainda desconhecido ator austríaco Christopher Waltz, no papel do antagonista e já histórico Coronel Hans Landa. O filme foi indicado em oito categorias do Oscar, incluindo as principais, de melhor roteiro original, melhor diretor, melhor filme, somente recebendo a estatueta merecidamente de melhor ator coadjuvante para o supra citado Waltz.

Agora nos resta aguardar pelo próximo filme, por mais surpresas, e por mais novidades do nosso já velho conhecido Quentin Tarantino.

Quentin Tarantino atuando como Mr. Brown em Reservoir Dogs

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