sexta-feira, 19 de março de 2010

A arte (às vezes) imita a vida

Ontém a noite, passando da hora de dormir, a nossa querida TV aberta conseguiu sugar a minha atenção com "De repente é amor" (A lot like love - 2005) direção de Nigel Cole. Cheguei tarde e cansada em casa, deveria continuar lendo meu livro, tomar logo um banho e dormir, mas aconteceu uma daquelas deliciosas coisas espontâneas do cinema. O filme foi me segurando, só mais esse bloco, só mais esse bloco, até que eu fiquei até o fim. Eu já assisti a esse filme em questão umas três vezes, contando a de ontém, e é engraçado ir vendo o filme, várias vezes, no decorrer da vida, e de forma diversa pensar como ele pode ser lido.
No decorrer desse filme eu pensei em várias coisas. Primeira: Ashton Kutcher é um ótimo ator. Um dos melhores da nova geração. Muitos podem pensar, pq?Que papel importante, dramático e marcante ele fez até hj?Além de talvez o protagonista de Efeito Borboleta*. E tá ai um senso comum, essa coisa de pensar que um ator só se mostra, só é realmente bom ao interpretar alguém louco, ou muito sádico, ou retardado, enfim, vcs entenderam. Essa simplicidade que ele usa, ao interpretar o Oliver do filme, um personagem com o qual prontamente nos identificamos, em seus altos e baixos, em sua falta ou encontro de direção na vida adulta. Ela, Amanda Peet seu par amoroso, também fica à altura nessa parceria, mas o mérito vai diretamente pra ele, uma atuação despretensiosa e exata.
Seguindo a mesma linha,em segungo lugar, pensei nesse gênero comédia romântica, ao qual muitos dos cinéfilos e críticos de plantão torcem o nariz. A crítica: o clichê do "lógico que no final eles ficam juntos". Em uma comédia romântica na verdade, o foco se direciona ao "como" eles ficam juntos, em que condição. E eu acredito, que tal qual, a interpretação de um cara comum, sem maiores características excêntricas e que mesmo assim nos cativa, é ainda mais difícil de ser realizada, quanto também, o roteiro de um filme com final conhecido é muito mais difícil de ser escrito de maneira inovadora e com qualidade.
E "terceiramente", para finalizar, tudo o que acontece no filme é crível. A cidade grande e o nosso trabalho, eternos antagonistas dentro de um romance, participantes importantes dentro de uma história de amor. Fatores que determinam quase tudo. O dito pelo não dito, o desencontro, os enganos, as dores que continuam existindo mesmo com um novo amor, um novo interesse, a coragem de assumir, e o mais importante, ter certeza que o outro também quer. O fazer-se de bobo. Completamente.
Esse filme é uma delicia, e é bom comprovar muitas vezes que a arte imita a vida, mesmo!

*Efeito Borboleta (Butterfly Effect - 2004) Direção e Roteiro (genial diga-se de passagem) de Eric Bress e J. Mackye Gruber. Com Ashton Kuchner, Amy Smart e Elden Henson. Bela ilustração sobre o efeito que consistiria na teoria do caos de que a batida das asas de uma borboleta de um lado do planeta, pode causar um terremoto do outro. Um garoto que consegue voltar ao passado no intuito de conserta-lo, mas acaba descobrindo em decorrência, resultados ainda piores no futuro.

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