domingo, 13 de janeiro de 2013

Chuva, drama, e uma tarde solitária

Foi uma daqueles dias chuvosos, acordei ouvindo a tranquilidade do silêncio em casa, e contei comigo quanto tempo fazia que eu não ficava sozinha. Uma certa reserva de medo deu rapidamente lugar a uma vontade, precisava almoçar e não tinha nada em casa. Coloquei a primeira camiseta surrada e jeans e sai pra rua, ainda chovia. O mercadinho fica a um quarteirão de casa, logo ao lado de uma locadora. Tem dois lugares onde eu especialmente gosto de ir sem pressa, livrarias e locadoras, espero mesmo que elas sobrevivam à modernidade. Na locadora entrei procurando por três filmes, sem sucesso, eu parecia saber exatamente o que eles não tinham, isso acontece, então decidi partir para a estante e ver se algo despertava meu interesse, nos lançamentos nada de especial que eu não tivesse visto, então direcionei-me para os catálogos, tema? Drama com certeza, sempre drama. Nos títulos um desconhecido me chama a atenção “Coisas que você pode dizer só de olhar pra ela” (2000), achei curioso, e encaixou-se em uma questão atual para mim, o que nós mulheres realmente queremos? Isso deve ser meio frustrante para os homens que se perguntam sobre isso, descobrir que nós mesmas não sabemos na maior parte do tempo o que realmente queremos. Acredito que a pergunta certa seria, o que desejamos, mas ah...o desejo, esse perigoso. Enfim, para sinceros devaneios ir para o outro blog, esse é sobre Cinema, voltando para o filme. Existem algumas dicas que me fazem querer assistir a um filme sobre o qual eu ainda não tenha ouvido falar: primeiro, o diretor, nesse caso Rodrigo Garcia, que eu desconhecia até então. Próxima dica, elenco. Na capa vislumbrei Cameron Diaz, normalmente uma escolha interessante, para comédias? Dramas não sei, ao lado, Glenn Close, uma veterana na arte, realmente um bom agouro, e ainda com Holly Hunter bati o martelo. Holly Hunter não é super famosa, acredito que poucas pessoas a conhecem, mas ela consegue alcançar níveis maravilhosos na atuação dramática, algo que ela trabalha nos olhos, sem grandes malabarismos corporais, impressionante (Ver com ela o maravilhoso “O Piano” - 1993). Engraçado que esse filme tem 112 minutos, um tempo normal para longas metragem, mas me pareceu mais longo, e no bom sentido. Esse filme me lembrou o que o cinema realmente é, uma sequência de imagens, uma história que se ouve com os olhos, que se sente com as ações e não com diálogos e música e efeitos especiais. Não que a história contada com todas essas coisas também não seja boa, mas o que eu quero dizer é que esse filme me deixou nostálgica, me emocionou. Ele fala sobre as mudanças e em como nós podemos resolver seguir esses desejos e aceitar o que eles trazem. Engraçado assistir a esse filme nessa época da minha vida, um novo ano começa. Que bom que eu olhei sem querer pra esse título, senhor Rodrigo Garcia muito prazer, depois descobri que esse foi seu primeiro filme, está de parabéns.

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