
Sou ainda jovem, mas se alguém um dia me perguntasse o segredo para o sucesso eu diria Autenticidade, pelo menos é o que busco com algumas boas doses de despretensão. Os lugares comuns cansam e os clichês enjoam, isso todo mundo já sabe. Quando se quer propor algo novo, em se tratando de Cinema, precisa-se de um bom roteiro. Divã e Reflexões de um Liquidificador o têm. O primeiro com atrizes e atores globais e "manecais" no elenco, já nos suscita aquele famoso nariz torto, esperando por algo que já imaginamos que vai vir. Logo nas primeiras cenas, na voz de Lilia Cabral nos apercebemos de nosso equívoco, quando ela diz ao seu terapeuta, no "Divã", "Se estou aqui, com certeza não é por falta de felicidade". Temos ai o mote do filme, a contra história da maioria dos dramas a que já assistimos, uma heroína que não sofre de tristeza, por não ter achado o príncipe encantado, ela sofre como todas nós, por ser mulher e sempre sonhar com mais, muito mais. Do filme todo só tiraria algumas cenas escrachadas demais, a la Zorra total...
Em "Reflexões...", filme a que assisti em uma sala do Unibanco Augusta lotada, o que só me alegra ao pensar que ainda prestigimos o nosso bom cinema nacional, e ainda mais, as idéias novas! Depois de um curta, e uma mini apresentação de stand up comedy, assistimos ao filme despretensioso de 1 hora e 20 minutos. A atuação vocal de Selton Mello está impagável nesse filme excêntrico e curioso, exatamente o que se pode esperar a priori, de um filme estrelado por um eletrodoméstico. Um liquidificador que observa a vida humana, a vida paulistana, e toda essa coisa curiosa do cotidiano que já estamos acostumados a olhar.
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