quinta-feira, 20 de março de 2014

Sobre Lars

Hoje eu retorno a esse blog tão esquecido, para falar de um roteirista, diretor, realizador, que me tem feito chacoalhar o pensamento, levantar a poeira e por que não, elevar o meu espírito: Lars Von Trier.
Como ponto de partida, tenho seu último empreendimento, o filme Ninfomaníaca, dividido em dois volumes, mas principalmente, o que é esse filme em relação a toda uma convivência com as demais realizações e mensagens que ele tem passado, desde os seus 11 anos de idade, quando começou a fazer filmes com sua super 8. Antes de falar propriamente do último, e por que eu o acho o melhor de todos os tempos - de todos os autores do mundo - gostaria de enumerar algumas características desse homem, dinamarquês, controverso e tido como excêntrico (esse adjetivo tão mal utilizado):

Sobre Lars:

Ele é um nerd:  entendendo “nerd”, por alguém que não é meramente culto, ou especializado em algum campo do conhecimento, mas aquele ser humano que sente tesão por informação, em seus mais diversos teores;

Um fanfarrão:  aquele cara que em absolutamente nenhuma ocasião, vai perder a oportunidade de fazer uma piada, Lars é muito estudado, mas não é refinado. Ele é o cara que faz piada em enterro e cutuca a viúva pra que ela possa rir com ele;

Um genial criador de personagens:  ele é capaz de criar as pessoas mais adoráveis e ao mesmo tempo mais cruéis já vistas (daí a veracidade que emana delas), e seu êxito está em não subestimar ninguém quando se trata da força, e ao mesmo tempo na sua capacidade de fazer o que é considerado mal;

Um rebelde: ele subverte as emoções, não se trata apenas de choque, ele entra no âmago, permite que criemos empatia, para depois desfigurar nossos sentimentos e rir do nosso choro contido. Não se pode levar para o pessoal, ele não quer atingir a mim ou a você, seu foco é a própria concepção da sociedade, o indivíduo existe na manada, se decidir sair dessa ordem, ele é eventualmente pisoteado.

Engraçado que ele faz isso como mera demonstração do que lhe aparece, eu não acredito que ele almeje algum tipo de revolução, Lars também é realista (pessimista jamais).

E por último, das afirmações, a negação:
Lars não é um cavalheiro.

Continua...


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